Teilhard de Chardin: um místico em comunhão com o universo

Autores

  • Maria Clara Lucchetti Bingemer Pontifícia Universidade Católica-RJ

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v75i299.299

Palavras-chave:

Theilhard de Chardin, Espiritualidade, Consumismo, Ecologia, Pobres

Resumo

Síntese: Nossa proposta neste texto é fazer uma leitura da obra de Teilhard de Chardin a partir da América Latina e, nela, de uma situação bem concreta: o consumismo, característica da pós-modernidade, que se instalou aqui em nosso continente. Nossa premissa é que a fúria consumista em um continente marcado pela pobreza dissociou ser humano e cosmos, homem, mulher e natureza, criando uma falta de sensibilidade para os sentidos humanos, que chega a ser extremamente nociva ao próprio ser humano: torna-o sempre mais insensível àquilo que está à sua volta, seja a pobreza que padecem tantos, seja a negligência em relação ao Cosmos e à Terra, pondo em risco a vida e o futuro do planeta onde todos vivem. Em seguida, examinaremos a mística bíblica como mística de comunhão com o universo, de sintonia com o criado, incluindo e colocando em comunicação ser humano e mundo, de maneira a que juntos reflitam a face do Criador. Procuraremos, a seguir, ver como Teilhard se inscreve nessa mística de comunhão com o universo de maneira radical e profunda, fazendo com que a mesma passe a constituir o cerne de sua esplêndida espiritualidade. Finalmente, examinaremos alguns textos seletos de Teilhard, a fim de encontrarmos neles a inspiração para a teologia que hoje se faz em nosso continente. Embora Teilhard não tenha sido alguém com grande preocupação pelos pobres e embora estes não ocupem parte importante em seu pensamento e discurso, não se pode ignorar que seu pensamento sobre o cosmos e a natureza são uma contribuição preciosa para toda a reflexão teológica sobre a ecologia, que hoje se realiza no mundo inteiro, inclusive e de maneira forte e insistente, no continente latino-americano.

Palavas-chave: Theilhard de Chardin. Espiritualidade. Consumismo. Ecologia. Pobres.

Abstract: Our objective in this text is to do a reading of Teilhard de Chardin’s work from a Latin American perspective and, within this perspective, focus on a very concrete situation: consumerism, a characteristic of the post-modernity that settled here in our continent. Our assumption is that the consumerist fury in a continent marked by poverty dissociated the human being and the cosmos, man, woman and nature, creating a lack of sensitivity to the human senses that becomes extremely harmful for the human beings themselves. It makes them more insensitive to whatever is around them, be it the poverty that is the source of suffering for so many, be it the negligence towards the Cosmos and the Earth, a negligence that endangers the life and the future of the planet where we all live. Next, we will examine the Biblical mystique as a mystique of communion with the universe, of being in tune with the creation, including and fostering the communication between the human being and the world, in such a way that, together, they reflect the face of the Creator. We will then try to see how Teilhard inserts himself in this mystique of communion with the universe in a radical and deep way, so that this mystique becomes the core of his splendid spirituality. Finally, we will look at a few selected texts by Teilhard in order to find in them the inspiration for the theology practiced today in our continent. Although Teilhard may not have been someone particularly concerned with the poor and although they are not an important part of his thought and discourse, we cannot ignore that his ideas about the Cosmos and nature are a valuable contribution to the entire theological reflection on ecology that is being carried out worldwide, including, in a very strong and insistent way, in the Latin-American continent.

Keyword: Theilhard de Chardin. Spirituality. Consumerism. Ecology. Poor.

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Publicado

2015-08-14

Como Citar

Bingemer, M. C. L. (2015). Teilhard de Chardin: um místico em comunhão com o universo. Revista Eclesiástica Brasileira, 75(299), 620–636. https://doi.org/10.29386/reb.v75i299.299