Ouvi o clamor deste Povo Negro

(Comentários ao texto-base da Campanha da Fraternidade '88)

Autores

  • Eduardo Hoornaert

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v48i189.3214

Resumo

Tudo indica que a Campanha da Fraternidade (CF) 88 causará um impacto considerável no interior da instituição católica e talvez até fora dela. Não é por menos. Pois necessita-se de coragem para abordar um tema que a ideologia reinante prefere deixar no silêncio e que é particularmente questionador em relação à Igreja católica, a aliada tradicional do escravismo colonial. Por isso o Texto-Base, redigido com generosidade e fruto de intensas negociações (houve oito projetos de redação, ao que parece), merece toda a nossa simpatia. Esses comentários não devem ser entendidos como críticas, por conseguinte, mas foram pensados como sugestão de aprofundamento de um tema de dimensões teológicas e eclesiológicas bastante novo e inusitado entre nós. É a primeira vez em cem anos que a igreja oficial fala nos negros, num tom de conversão (n° 140 do Texto-Base) e pedido de perdão (n° 145), na perspectiva de uma “pastoral específica junto à comunidade negra” (n° 149).

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Publicado

1988-03-31

Como Citar

Hoornaert, E. (1988). Ouvi o clamor deste Povo Negro: (Comentários ao texto-base da Campanha da Fraternidade ’88). Revista Eclesiástica Brasileira, 48(189), 40–56. https://doi.org/10.29386/reb.v48i189.3214