O celibato sacerdotal na história da Igreja católica: Amazônia – Novos caminhos
DOI:
https://doi.org/10.29386/reb.v79i313.1877Schlagworte:
Igreja católica, Sacerdócio, Celibato, Tradição apostólica, Viri probati.Abstract
Esta contribuição pretende demonstrar que, na História da Igreja católica, a junção entre celibato e sacerdócio nunca foi absoluta e que, portanto, a ordenação de homens casados, que se espera seja deliberada pelo Papa e pelos Bispos no próximo Sínodo Pan-amazônico, não significa uma ruptura com a Tradição eclesliástica. Com efeito, o celibato sacerdotal não é nem um preceito divino, nem uma ordem de Cristo, nem uma disposição apostólica, mas sim, o resultado de uma contínua avaliação custo-benefício. Em perspectiva sincrônica e diacrônica, o Autor ilustra a evolução histórica da junção entre celibato e sacerdócio, chegando à conclusão de que a verdadeira mudança histórica na legislação referente ao celibato aconteceu em 1917. Em seis teses ele demonstra que os argumentos aduzidos em favor do celibato sacerdotal, aos quais a Igreja, no decorrer dos séculos, recorreu e sempre lançou mão de um novo toda vez que um antigo já não convencia, estão quase superados. Na verdade, do ponto de vista do custo-benefício o problema da drástica carência de padres bem como o dos escândalos dos abusos sexuais pedem que a Igreja, finalmente, tome posição em favor da ordenação de homens casados. Isso, tanto para prevenir possíveis fatores de risco decorrentes da obrigação da vida celibatária, quanto para aumentar o número de padres, para que os fiéis de todos os lugares e com mais frequência possam celebrar a Eucaristia, para onde converge e de onde emana toda a ação da Igreja.
Abstract: This contribution intends to show that in the history of the Catholic Church the connection between celibacy and priesthood has never been absolute and therefore the ordination of married men - that we hope will be discussed by the Pope and by Bishops in the forthcoming Pan-Amazonian Synod - does not mean a rupture with the ecclesiastical Tradition. Indeed, the priests’ celibacy is neither a divine precept, nor one of Christ’s commandment nor an apostolic disposition but rather the result of a continuous cost-benefit evaluation. In a synchronic and diachronic perspective, the Author illustrates the historical evolution of the connection between celibacy and priesthood, coming to the conclusion that the true historical change in the legislation with regard to celibacy happened in 1917. In six thesis he shows that the arguments put forward in favour of the priests’ celibacy, arguments to which the Church, for centuries, has appealed (and always put forward a new one whenever one of the old ones was no longer persuasive enough) are almost obsolete. In fact, from a cost-benefit point of view, the problem of the drastic shortage of priests as well as the sexual abuse scandals demand that the Church will finally take a position in favour of the married men’s ordination. And this is so both in order to prevent possible risks resulting from the celibate life and to increase the number of priests so that the faithful from all areas may more often celebrate the Eucharist to where converges and from where emanates all the actions of the Church.
Keywords: Catholic church; Priesthood; Celibacy; Apostolic tradition; Viri probati.
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