Vol. 83 Núm. 325 (2023): Papa Francisco: 10 anos
Cronos vivificado por kairós – 10 anos do pontificado do Papa Francisco. Restringindo-nos à Igreja católica, sabemos que toda ela, no individual e no coletivo, é sujeito no cronos e no kairós, e/mas Jorge Mário Bergoglio foi escolhido para ser sujeito e porta-voz do Espírito, que mantém e restaura a Igreja na fidelidade à Aliança. E ele, ciente de sua missão e desafio, buscou inspiração em são Francisco, aquele que, segundo o cronista dele contemporâneo Jacques de Vitry, fez o que era antigo ser novo, sem que isso significasse retrocesso cultural e/ou religioso.
Embora em curso, 10 anos de pontificado possibilitam esboçar legado e perspectivas, mesmo que a Igreja se situe também no âmbito do mistério. A REB se associa ao esforço de delineá-los. Na missão apostólica de confirmar os irmãos na fé, no hoje do mundo e da própria Igreja, Francisco aponta para a alegria do Evangelho (do amor salvador que procede de Deus). Este vetor incide no interno da Igreja, na cura de seus males, na funcionalidade samaritana de suas iniciativas/instituições, no reforço de seu modo sinodal de ser. Sinaliza também para a heterorrefencialidade que, a partir da dignidade da pessoa e no diálogo, promove e incentiva humanismo nas relações humanas, na economia, na relação ecológica – enfim, desencadeia uma renovada sinergia a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Embarquemos para fazer este percurso, guiados por Carlos Eduardo Sell, João Décio Passos, Rodrigo Grazinoli Garrido e Alessandra Paula Baldner Rodrigues, Donizete José Xavier e Dirceu Augusto da Câmara Valle e Cláudio Antônio Delfino, Paulo Sérgio Lopes Gonçalves e André Luiz Rossi, Renato Tarcísio de Moraes Rocha, Ney de Souza e Rodolfo Gasparini Morbiolo – a quem todos agradecemos.
Além disso: o pós-cristianismo assusta? Mas, esta vertente cultural não abriria um novo horizonte para relacionar, com efeitos práticos, Encarnação do Filho de Deus e pessoa humana e vice-versa, envolvendo toda a criação? A “conversa” é com Paolo Cugini.
A comunicação on-line abre possibilidades e complementa, particularmente no contexto amazônico, a interação humana, a evangelização – assunto para ver com Clélia Peretti e Raimundo Nonato Araújo Maia.
Ritualizar faz parte do cotidiano, é próprio do ser humano; portanto, também a ação litúrgica é ritualizada – confira com Clóvis Ecco e Daniel Carvalho da Silva.
A reforma da Igreja também passa pelo Ministério do Confessor, segundo Luís Felipe Carneiro Marques; confira com ele a necessidade e o convite para uma nova sensibilidade teológica a respeito.
Martín Carbajo Núñez, por ocasião dos 800 anos, apresenta a força inspiradora da Regra bulada de são Francisco para se viver segundo o Evangelho, em contexto secularizado.
Que a variedade e a riqueza das abordagens evangélico-culturais aqui apresentadas inspirem o discernimento e alimentem a alegria do Evangelho.
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Elói Dionísio Piva ofm
Redator