Autenticidade e transcendência em Charles Taylor

Autores

  • Rogério Foschiera Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v72i285.917

Palavras-chave:

Charles Taylor, Experiência Religiosa.

Resumo

Em termos taylorianos, educar para a autenticidade é situar o ser humano num contexto de vida que o transcende. Para Charles Taylor, oferecer o melhor sentido inclui não só proporcionar a orientação melhor e mais realista sobre o bem, mas também permitir que melhor se compreenda e encontre sentido nas ações e sentimentos próprios e dos outros. Taylor denomina hiperbens os bens que não apenas são incomparavelmente mais importantes que os outros, como proporcionam uma perspectiva a partir da qual esses outros devem ser pesados, julgados e decididos. Abrir-se à experiência religiosa é viabilizar o entendimento de questões humanas básicas e constitutivas e que dizem respeito à vida e à morte. Contudo, tal processo só será possível com uma profissão de fé no pluralismo.

Abstract: In Taylor terms, to educate for the authenticity is to situate the human being in a life context that transcends him. For Charles Taylor, to offer the best sense includes not only to proportionate the best and most realistic orientation about the good, but also to permit that one understands better and finds sense in the own actions and sentiments and of the others. Taylor denominates as hyper goods the goods that are not only incomparably more important than the others, as they also proportionate a perspective from which those others must be pondered, judged and decided. To open oneself to the religious experience is to make viable the understanding of basic and constitutive human questions and that concern life and death. However, such process will only be possible with a faith profession in the pluralism.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Rogério Foschiera, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.

É psicólogo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2000) e também graduado em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1994), e Ciências Religiosas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1988). Tem mestrado em Ética e Filosofia Social pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003), MBA em Gestão Empresarial pela FGV (2004) e Doutorado em Educação e Religião pela Escola Superior de Teologia (2008). Atua como Professor, Gestor Educacional e Psicólogo. Tem experiência na área de Psicologia Clinica e Organizacional, na Gestão de Organizações de Ensino e no Magistério Superior. Atua principalmente nos seguintes temas: ética, educação, autenticidade, desejo e gestão.

Referências

ARAÚJO, Paulo Roberto M. de, Charles Taylor: para uma ética do reconhecimento, Loyola, São Paulo 2004, 213 p.

BARBOZA FILHO, Rubem, Sentimento de democracia, em: Lua Nova,

(2003), disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452003000200002&lng=pt&nrm=iso – acesso em: 01 out. 2006, doi: 10.1590/S0102-64452003000200002.

BERLIN, Isaiah, O ouriço e a raposa, em: BERLIN, Isaiah, Estudos sobre a humanidade, Companhia das Letras, São Paulo 2002. 717 p. COSTA, Paolo, Modernità e transcendenza, em: Paradigmi. Revista di critica filosofica, Nuova serie, 18/54 (2000) 601-617, aqui, 616-617.

__________, Verso un´ontologia dell´umano. Antropologia filosófica e filosofia política in Charles Taylor, Edizioni Unicopli, Milano 2001. 255 p.

DELORS, Jacques et alli, Educação: um tesouro a descobrir, Cortez Editora/MEC/Unesco, São Paulo/Brasília 1998.

FERRATER MORA, José, Autenticidad, em: Diccionario de filosofi, t. I, Ariel, Barcelona 1994, p. 274-275.

FOSCHIERA, Rogério, A ética da autenticidade em Charles Taylor, dissertação (mestrado), Programa de Pós-graduação em Filosofia/Unisinos, São Leopoldo 2003, 143 p.

GADAMER, Hans-Georg, Verdade e método, v. 2, Vozes, Petrópolis

, 621 p.

GIBELLINI, Rosino, A teologia do século XX, 2ª ed., Loyola, São Paulo 2002. 591 p.

HERDER, Johann Gottfried, Ensaio sobre a origem da linguagem, Edições Antígona, Lisboa 1987, 185 p.

HONNETH, Alex, Reconhecimento, em: CANTO-SPERBER, Monique

(org.), Dicionário de ética e filosofia moral, v. 2, Unisinos, São Leopoldo 2003, p. 473-478.

JAMES, William, The varieties of religious experience: a study in human nature, Longmans, Green, New York 1928, 534 p.

JUSTO, José M., Apresentação, em: HERDER, Johann Gottfrie, Ensaio sobre a origem da linguagem, Edições Antígona, Lisboa 1987.

LLAMAS, Encarna, Charles Taylor: una antropología de la identidad, EUNSA, Barañáin (Navarra) 2001, 287 p.

MEAD, George Herbert, Mind, Self and society, Chicago University Press, Chicago 1934, 401 p.

MONTESQUIEU, CharlesL., Oespíritodasleis,Saraiva, SãoPaulo2000.

OLIVEIRA, Isabel de Assis Ribeiro de, O mal-estar contemporâneo na perspectiva de Charles Taylor, em: Rev. bras. Ci. Soc., 21/60 (2006), disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S0102-69092006000100008&lng=pt&nrm=iso – acesso em: 01 out. 2006, doi: 10.1590/S0102-69092006000100008.

RICOEUR, Paul, Interpretação e ideologias, Francisco Alves, Rio de Janeiro 1983. 171 p.

SOUZA, Jessé, A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro, Editora Universidade de Brasília, Brasília 2000, 276 p.

___________, A systematic social study on the Brasilian unevenness, em: Rev. Bras. Ci. Soc., 19/54 (2004), disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-690920040001 00005&lng= en&nrm=iso – Access em: 06 oct. 2006, doi: 10.1590/ S0102-69092004000100005.

TAYLOR, Charles, Hegel, Cambridge University Press, Cambridge 1975, 580 p.

_________, Human agency and language: Philosophical papers I, Cambridge University Press, Cambridge 1985, 294 p.

_________, Philosophy and the human sciences: Philosophical papers II, Cambridge University Press, Cambridge 1985, 340 p.

_________, La ética de la autenticidad, Paidos, Barcelona 1994, 146 p.

_________, As fontes do self. A construção da identidade moderna, Loyola, São Paulo 1997, 670 p.

_________, A catholic modernity?, em: HELFT, James L., A catholic modernity. Charles Taylor’s marianist award lecture, Oxford University Press, Oxford 1999, 130 p.

_________, Argumentos Filosóficos, Loyola, São Paulo 2000, 311 p.

_________, Varieties of Religion Today: William James Revisited, Harvard University Press, Cambridge 2003, 127 p.

_________, Modern social imaginaries, Duke University Press, Durham/ London 2004, 215 p.

________, Hegel e a Sociedade moderna, Loyola, São Paulo 2005, 210 p.

________, A secular age, The Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge/London 2007, 874 p.

TRILLING, Lionel, Sincerity and autenticity, Harvard University Press, Cambridge 1972, 188 p.

VENTURI JR., Gustavo, Democracia e autonomia moral. Universalismo moral e relativismo ético em teorias normativas da democracia, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo; orientador: Prof. Dr. Gabriel Cohn, São Paulo 2003.

Publicado

2012-02-18

Como Citar

Foschiera, R. (2012). Autenticidade e transcendência em Charles Taylor. Revista Eclesiástica Brasileira, 72(285), 50–75. https://doi.org/10.29386/reb.v72i285.917