Vol. 82 N.º 322 (2022): Teologia e Organização social
Teologia e organização social são como cortina de palco. Ao evocar esta imagem, pretende-se abri-la. E eis que nos deparamos com cenários multifacetários, temporal e localmente dinâmicos. No controle remoto, “teologia” e “organização social” também são opções de ingresso. Não, porém, pré-determinadas, pois dispõem de características próprias, de acordo com o dono do controle remoto. Conceitos e delimitações diferenciados lhes são atribuídos. Em outras palavras, é o ser humano que se auto apresenta em sua diversidade, mas que, migrante, também e principalmente busca sentido para si mesmo. Aqui, neste número/REB e quanto à organização social, parte-se da sociedade brasileira, em si mesma um poliedro. Bate-se à porta de alguns aspectos da atualidade e de tempos pretéritos no intuito de discernir e interpretar a realidade e sinalizar liberdade, justiça social, convivência plural, enfim, valores humanos, que, por natureza, permitem percepções de dignidade e transcendência. Especificamente, pode-se conversar com Evaldo Luís Pauly sobre consciência crítica, ou seja, sobre exercício de decodificação do atual cenário político brasileiro; com Ari Pedro Oro, sobre a escolha de Ministro para o STF, tendo como referência o Estado laico referendado pela Constituição Federal; com Antonio Carlos Ribeiro, sobre promoção e integração social; com Volney José Berkenbrock, Rodrigo Portella e Nilmar de Sousa Carvalho, sobre justiça social; com Amarildo José de Melo, sobre liberdade religiosa – sempre a partir de enquadramentos relativamente pontuais.
Na seção Artigos Variados, a 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II, Ney de Souza e Reuberson Rodrigues Ferreira, refazendo e interpretando os passos de Dom Henrique Golland Trindade, apresentam a recepção do Concílio na Arquidiocese de Botucatu, SP. Elismar Alves da Silva discute ética cristã e ética do bem viver, referências para se pensar em sua repercussão nas relações sociais. Martín Carbajo Núñez assinala atuais possibilidades técnicas de eliminação do outro e clama pelo banimento de armas “irracionais” e de destruição em massa. Augustin Ramazani Bishwende, situado culturalmente na África e apresentando a Igreja como família de Deus, pleiteia inclusão social, à luz de Deus. Por fim, mas não por último, Antonio José da Almeida visita os principais concílios eclesiais desde o nascimento da Igreja até o Renascimento, por si mesmos, expressão de sua natureza sinodal, conferindo presença e atuação de leigos e leigas.
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Elói Dionísio Piva ofm
Redator